FÉRIAS (II)

Para mim, que recuso ir de férias, desde há décadas só me desloco se o trabalho a isso obriga, o simples pensamento das tuas viagens, e das dos milhões de indivíduos que constantemente percorrem o globo com o único fito de ver e de «viver», basta para me perturbar. Não apenas pela repulsa que nutro pelo turismo, a grande quimera do nosso tempo, mas pela entranhada certeza de que no mundo em que vivemos, e passada certa idade, o anseio de viajar é sintoma de uma inquietante perturbação.

[J. Rentes de Carvalho, Mazagran, p. 152]

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