FICAR DE PÉ

De hoje ao revelhão, haverá greves na Casa da Moeda, CP, Metro, Carris, SATA, EasyJet e outros transportes (trenós puxados por renas não contam). Param também os professores, os enfermeiros e os homens da recolha de lixo.
Indiferente a estas manifestações de protesto, recolho-me à intimidade de casa. Conheço a fita de cor e salteado. Tudo se resolverá, como de costume, com o chamado rotativismo democrático, isto é, a alternância de cabos partidários e suas clientelas. Sairão uns, entrarão outros e far-se-á uma festarola ruidosa em frente à sede do vencedor, com discurso e bandeirinhas.
Esse folclore deixa-me indolente. Recolho-me à família, aos livros, à música que engrandece. Aprendemos sozinhos que a felicidade não existe: a vida é uma soma de perdas e desilusões. Mas acalentamos ingenuamente a esperança de que em manada, com dez mil pessoas a berrar na rua, as coisas talvez possam mudar. Prefiro seguir a velha lição que nos ensina a ficar de pé no meio de um mundo em ruínas.

2 comentários :

  1. Os professores fazem greve por uma justa luta. Não há prova! a avaliação não é justa! o cursso que tiramos na univercidade abilitanos para dar aulas! tiramos um curso e chega! não presisamos de ler mais nada nen de faser formassão a sério! bastanos o que aprendemos com os noços alunos!

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