Carrego em mim um lado masoquista que me inquieta. Sim, li a tese. Confesso que perdi a confiança, não direi no mundo, mas pelo menos no ensino superior francês. Mestre, aquilo? Mestre a quilo, talvez.
O modo como despacha em três ou quatro parágrafos a história da tortura é ridículo.
Na entrevista ao Expresso, dissera que sempre se filiou nas "correntes do consequencialismo"; no livro trata o consequencialismo como adversário (p. 108).
Na entrevista e no livro, abunda no filósofo de Königsberg, Kant para cima, Kant para baixo, mas na bibliografia da tese chapa apenas a Fundamentação da Metafísica dos Costumes, o tal livro que leu "uma dez vezes". Em vez de ler dez livros de Kant, leu o mesmo livro "umas dez vezes".
Cita Carl Schmitt em diversos passos, mas não apresenta uma única obra do jurista alemão. Todas as citações são apud, vertidas de livros de autores franceses. Qualquer estudante sabe que este tipo de citação é de evitar, ainda para mais numa tese académica.
Encurtando razões: a chamada tese é um trabalhinho menor, nem de licenciatura, repleto de asneiras e lugares-comuns, já muito mastigados e digeridos. Parece ter sido feita à pressa, com omissão de autores que o assunto abordado e a própria linha defendida exigiriam, como Elizabeth Anscombe, Alasdair MacIntyre e John McDowell.
O modo como despacha em três ou quatro parágrafos a história da tortura é ridículo.
Na entrevista ao Expresso, dissera que sempre se filiou nas "correntes do consequencialismo"; no livro trata o consequencialismo como adversário (p. 108).
Na entrevista e no livro, abunda no filósofo de Königsberg, Kant para cima, Kant para baixo, mas na bibliografia da tese chapa apenas a Fundamentação da Metafísica dos Costumes, o tal livro que leu "uma dez vezes". Em vez de ler dez livros de Kant, leu o mesmo livro "umas dez vezes".
Cita Carl Schmitt em diversos passos, mas não apresenta uma única obra do jurista alemão. Todas as citações são apud, vertidas de livros de autores franceses. Qualquer estudante sabe que este tipo de citação é de evitar, ainda para mais numa tese académica.
Encurtando razões: a chamada tese é um trabalhinho menor, nem de licenciatura, repleto de asneiras e lugares-comuns, já muito mastigados e digeridos. Parece ter sido feita à pressa, com omissão de autores que o assunto abordado e a própria linha defendida exigiriam, como Elizabeth Anscombe, Alasdair MacIntyre e John McDowell.
Sem comentários :
Enviar um comentário