Se elegi Comme le Temps Passe como romance da juventude, dou lugar de relevo dentro do género a Uma Agulha no Palheiro [The Catcher in the Rye, no original, também traduzido como À Espera no Centeio], de J. D. Salinger. Um livro admirável, um grande romance, que começou por ser proibido nas bibliotecas públicas e acabou como leitura obrigatória nos currículos de liceu.
Sem atingir a dimensão mítica de Brasillach, o escritor norte-americano criou Holden Caulfield, uma personagem extraordinária de perspicácia e rebeldia: um herói juvenil que, depois de expulso do colégio caro que frequenta, expressa o seu desprezo pelo mundo falso e burguês dos adultos, enquanto vagueia por Nova Iorque.
O sucesso de Uma Agulha no Palheiro fez que J. D. Salinger se mudasse de Manhattan para uma casa de campo no New Hampshire, onde viveu até à morte. Quando ia aos restaurantes locais, comia na cozinha, para evitar o contacto com as pessoas. Em vez de enfrentar o mundo, como o herói da sua ficção, escondeu-se do mundo. Há revoltas que só funcionam na literatura.
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